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  • Gabriella de Oliveira Silva

Mulher e sustentabilidade: mulheres que fizeram a diferença


Malala Yousafzai

“O Talibã podia tomar nossas canetas e nossos livros, mas não podia impedir nossas mentes de pensar.” Malala Yousafzai .

De antemão, trouxemos uma fala da Malala para reforçar que somos seres pensantes, resolvendo problemas, criando, sonhando e projetando o futuro. Além disso, podemos projetá-la no contexto feminino, já que a trajetória das mulheres ao longo da história é marcada por opressão, uma vez que eram proibidas de irem à escola e, dependendo do local e cultura, ainda há essa proibição. Mesmo diante desse cenário, houveram e há cada vez mais mulheres extraordinárias que quebraram barreiras para desenvolver e entregar suas ideias ao mundo.

O dia 16 de março nos levou a refletir como as ações antrópicas estão afetando o clima global e quais as consequências desse problema para o planeta. Aliado a isso e ao especial mês das mulheres, hoje queremos exaltar alguns nomes femininos que se destacaram através de atividades ou projetos que buscam um mundo mais sustentável, um objetivo do tema do Dia Internacional da Mulher deste ano: “Igualdade de gênero hoje para um amanhã sustentável”, que busca reconhecer a contribuição de mulheres e meninas em todo o mundo que estão liderando tarefas para construir um futuro mais sustentável para todas as pessoas e o planeta.

Wangari Maathai

“Os cidadãos fazem as pequenas coisas e isso é que faz a diferença. Minha pequena coisa é plantar árvores”, Wangari Maathai


Quando o tema é mulher e sustentabilidade, não podemos deixar de falar sobre a Wangari Maathai, uma ambientalista queniana que surpreendeu a todos ao receber o Prêmio Nobel da Paz, em 2004. Wangari Maathai nasceu em 1940, na área rural de Nyeri, Quênia. Em 1959 recebeu uma bolsa da Fundação Joseph P. Kennedy Jr. para estudar nos Estados Unidos, se tornando a primeira mulher da África Oriental a obter o bacharelado em biologia.


O seu trabalho no Conselho Nacional das Mulheres do Quênia a inspirou para fundar o Green Belt Movement (Movimento do Cinturão Verde, em tradução livre), em 1977. Esse movimento surgiu em razão aos crescentes problemas ambientais que causavam seca e erosão nas planícies, diminuindo a disponibilidade de comida e aumentando a dificuldade de conseguir lenha. Ao perceber que a erosão era maior em áreas degradadas e sem árvores, Wangari e outras mulheres interessadas começaram a trabalhar para resolver o problemas através do plantio de árvores. A partir de então, ela montou grupos de discussões e palestras para orientar e informar aos participantes seus direitos e envolvê-los no movimento ambiental.


Mas o crescimento do movimento não foi fácil, Wangari sofreu muitos ataques políticos por parte do presidente, chegando a ser presa. Contudo, sua iniciativa plantou 30 milhões de árvores, fazendo com que seu trabalho fosse reconhecido internacionalmente. Em 2004, o Comitê anuncia Wangari Maathai como a vencedora do Nobel da Paz, declarando: "Maathai manteve-se corajosamente contra o antigo regime opressivo no Quênia".

Maria Tereza Jorde Pádua

“Sempre tive a convicção absoluta que sem a biodiversidade o homem não poderia se manter na Terra”, Maria Tereza Jorde Pádua.


Brasileira, ambientalista e conservacionista, esta é Maria Pádua, a mulher que ficou conhecida como “mãe dos parques nacionais do Brasil” devido aos seus trabalhos. Maria nasceu em São José do Rio Pardo em 8 de maio de 1943. Estudou engenharia agronômica e em 1972 recebeu seu título de mestrado em ecologia pela Universidade do Rio de Janeiro.


Seus trabalhos em busca de um Brasil mais verde começaram em 1968, quando entrou no Sistema Brasileiro de Parques Nacionais. De 1970 a 1980 ela dirigiu o departamento de parques do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF). Maria concentrou seus esforços na criação de reservas florestais, assim, nos anos 1970, foram criados quase 8 milhões de hectares de reservas e parques só na Amazônia. Quando ela entregou o cargo, em 1982, o país contava com 63 Unidades de Conservação.

Seu belo trabalho lhe concedeu o prêmio J. Paul Getty Wildlife Conservation Prize com Paulo Nogueira Neto, em 1981. Outro feito de Pádua foi a criação da Fundação Pró-Natureza (FUNATURA), que desenvolve e apoia projetos de relevância no contexto socioambiental brasileiro. Por fim, é importante lembrar que Maria Tereza Jorge Pádua foi convidada a presidir o IBAMA, em 1992, que nasceu depois da extinção do IBDF. Atualmente ela é membro do Conselho da Comissão Mundial de Áreas Protegidas (WCPA), da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), do Conselho Curador da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e do Conselho da Fundação Pró-Natureza (Funatura), além de integrar a Rede de Especialistas em Conservação da Natureza.


Apresentamos aqui grandes mulheres que tiveram sua trajetória marcada pelo machismo e repressão política, mas que não abaixaram a cabeça pois elas viram a necessidade de mudar seu país através do estabelecimento de medidas ecológicas. Devemos olhar para essas mulheres como referências e exemplos de força e empoderamento feminino.





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